sábado, 18 de setembro de 2010

O adventismo no Brasil



No fim do império a início da primeira república estabeleceram-se núcleos adventistas em várias regiões do Brasil. Inicialmente, com chegada de exemplares (A Voz da Verdade) através do porto do Itajaí para alemães de Brusque. Os periódicos editados tornaram inúmeras famílias interessadas nas doutrinas em Santa Catarina, sendo efetuados maiores contatos por correspondências com editoras e a Sociedade Internacional de Tratados dos Estados Unidos, que passaram a enviar novas publicações.

Os primeiros periódicos foram enviados ao Senhor Carlos Dreefke, um alemão protestante da igreja luterana. Logo a mensagem é disseminada conquistando muitos daqueles que escutavam as leituras e também dos que liam. Nos escritos se achavam informações sobre doenças, drogas e principalmente advertiam o povo através de informes bíblicos anunciando a segunda vinda do senhor. Daí em diante, através das leituras surge na cidade de Itajaí Mirim o primeiro grupo de adventistas, incumbidos de transmitirem a palavra de Deus e advertirem as pessoas, pois “fim do mundo” estava próximo. O Senhor iria voltar e anunciavam tudo isto por via das escrituras sagradas.

“A mensagem propagou-se inicialmente entre os imigrantes alemães e o primeiro núcleo de adventista surgiu neste país em decorrência da leitura dessas publicações”. O senhor Guilherme Berz é o primeiro a iniciar a guarda do sábado, considerado o dia do Senhor nas sagradas escrituras. Este ao ler um folheto sobre o livro de Daniel, escrito por Urias Smith, por curiosidade e em busca de conhecimento sobre a verdade, Guilherme Berz toma a iniciativa de comprar um livro do autor que tratava dos mesmos assuntos que havia no folheto. “O Comentário Sobre o Livro de Daniel, de Uriah Smith, também estava escrito em alemão”. Ao tentar pegá-lo da estante, Guilherme derrubou-o no chão. O livro se abriu justamente no capítulo intitulado: “O Papado Muda o Dia de Repouso”.

A partir de então inicia a guarda do sábado, juntamente com a sua família. Não muito posterior a este fato, um grupo de vinte e duas pessoas compostas pelas famílias de Olm, Look e Thrum, a exemplo de Berz dão seguimento a guarda do sábado, onde está escrito na bíblia desde o fundamento do mundo pela palavra que saiu da própria boca de Deus. Este pequeno grupo passou a fazer reuniões e discutir as leituras bíblicas, porém muito deles sofreram perseguições por parte dos protestantes luteranos que foram os primeiros a espalhar a mensagem de Deus. Com isto mudaram para a cidade de Gaspar Alto, no Rio Grande do Sul onde fundaram a primeira congregação.

“Pouco depois, na Vila de Brusque, as famílias Look e Thrun também começaram a se reunir aos sábados para realizar seus cultos. Entretanto, a perseguição dos luteranos e de descrentes os forçaria a mudar-se para Gaspar Alto, em busca de paz. Em certa ocasião, enquanto realizavam o culto do pôr-do-sol, algumas pessoas começaram a jogar pedras e ovos podres na casa. Nas ruas, os adventistas eram vistos como “pessoas estranhas”, membros de uma “nova seita misteriosa”.
[1]

A primeira congregação foi organizada em 1896 em Gaspar Alto. Neste ano existiam no país cinco grupos adventistas efetuando reuniões periódicas, que logo mais tarde a mensagem adventista chega a outros estados brasileiros, inclusive ao Ceará, onde muitos missionários sofreram inúmeras perseguições por conta do estado cearense dispor de um número significativos de católicos.

Já haviam missionários vindos da Alemanha que vieram ao Ceará em meio a muitas missões para pregarem a palavra santa especificamente em busca de resgatar almas para Deus e difundir a verdadeira religião que tem por princípio fundamental adorar um único senhor e salvador. faziam parte em sua maioria do “protestanismo de salvação”, que vieram em missão por todo o Brasil.

Os protestantes em solo cearense encontraram enorme dificuldades, vistos que não falavam a mesma língua, saiam a levar a verdade à lugar quase intransponíveis, levavam chuva, sol, caminhavam por estradas desérticas cheias de terras e pedras, desbravavam matas e etc, além das persecuções que sofriam: açoites, difamações através de jornais, interrupções de seus cultos, onde açoitavam pedras, fezes e etc. Eram chamados de filhos do demônio e os padres ainda alimentavam os açoites e insultos que sofriam. Além de assaltos, chantagens, calúnias e outras agressões.

“A rejeição aos missionários, entretanto, nem sempre se fez por meios pacíficos [...] em alguns momentos a violência física deu o tom das ações dos opositores do trabalho missionário presbiteriano em Fortaleza, em que em pelo ou menos três ocasião atacaram a pedrada, a sede da missão e os primeiros missionários. (SOUZA, 2006. p. 133)

Os missionários adventistas adentrando ao Ceará muito posterior aos presbiterianos, chegaram com intuito de espalhar a palavra de Deus através do trabalho de colportagem, vendendo livros e distribuindo folhetos sobre vários outros assuntos que interessavam a comunidade e especificamente as palavras bíblicas, que continha a base de toda a doutrina adventista. Logo depois vários missionários vieram para Fortaleza iniciando uma série de conferências que tratavam de advertir a comunidade sobre doenças, drogas, faziam a leitura e explicação da palavra e etc. Logo os frutos dessas conferências, brotaram alimentando a fé de todo aquele que buscava viver uma vida de paz e de comunhão junto a Deus. Não demora muito e é fundada várias igrejas adventistas no estado cearense.
[1] Encontrado no site: http://adventismo.blogstop.com/2006/01/capitulo-2-o-avanço-da-mensagem.htm. Chegada do Adventismo no Brasil, BORGES, Michelson. Tatuí – São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2000.