quinta-feira, 17 de março de 2011

INQUIETAÇÕES DE LUTERO


Imagem de: pelasescrituras.blogspot.com
A Alemanha do século 16 refere-se a um período bastante árido e pedregoso, para que um padre agostiniano pudesse alicerçar ali os fundamentos de uma reforma. Mas, Lutero não pretendia fazer uma reforma, nem tampouco se contrapor a Igreja Católica. O que Lutero carecia de fato era encontrar na vida monástica uma forma de achar-se digno e merecedor da salvação eterna, algo que era a preocupação geral dos que viveram naquela época.
            Se mergulharmos profundamente no âmago daquele universo poderemos de forma empática perceber tamanho sofrimento: Lutero se encontra inquieto, amargurado com o espírito amedrontado, por não se achar merecedor da salvação. Esta inquietude, não só afligia o jovem Lutero, como também  era fruto de um país completamente desordenado, onde as pessoas viviam numa forma de egocentrismo, que prevalecia as vontades de alguns em contra partida com as aspirações de outros. Este era um dos aspectos que se tornava cada vez mais visível, tanto na Alemanha, como em toda a Europa.
            Consultando a história alemã daquela época, constata-se um período de muita turbulêcia. A Alemanha se mostrava um terreno fértil para que se desenvolvesse uma economia burguesa. As construções erigidas de formas majestosas, e as cidades explendorosas que  davam ênfase a aspectos financeiros, comerciais e industriais fortificava a triade “trabalho, iniciativas, e riquezas” .Dessa forma, o País vivia num momento truculento que explicava  a ausência de uma unidade moral e política.
            Outro ponto que podemos analisar, para que encontremos esclarecimentos para situar o papel de Lutero no momento histórico da época, é que na ausência de um Estado centralizado na Alemanha, preponderava o poder hierárquico da Igreja Católica, em que a figura do papa era a maior representação do poder. Isto denota que as normas e dogmas da igreja jamais podiam ser contestados. O texto de Luzieto refere-se melhor ao papel da igreja neste período, onde uma das principais normas da igreja dizia que a salvação só se poderia obter com a prática de boas obras e adicionada a esta, a compra de indulgências, na tentativa de salvar almas que, no entanto já perecia no purgatório, ou aquelas que já estavam condenadas pelos pecados.
            Mas como já fora citado; esta não era a preocupação de Lutero, nem tampouco fazia parte de seus anseios. O que procurava era um meio de se sentir menos pecador e merecedor da vida eterna. No entanto o jovem agostiniano não encontrou no mosteiro o remédio devido para acalentar as suas inquietações. Mesmo sendo este muito diligente no que concerniam as regras. Porém, Lutero se arvora a estudar as leituras bíblicas, como meio de encontrar refúgio para as suas inquietações. Sendo assim através das encíclicas de São Paulo Lutero, encontra as respostas que tanto buscava para achar-se digno da salvação e que, no entanto, se contrapunha com o que pregava a Igreja Católica. Nos escritos as únicas armas pelas quais se podia se absolver os pecados e conquistar a salvação era primeiramente a fé em Deus em seguida o arrependimento dos pecados.
            Estas questões serviram de base para que Lutero venha a se contrapor com a igreja e o poder do papa. Desta forma rebate o que apregoava a igreja - não é mais a prática de boas obras e a compra das indulgências que salvariam os homens e lhes garantiam a vida eterna. E sim a fé em Deus. E Lutero usa assim, a bíblia como suporte para as suas afirmações, e conclui que esta é a única fonte verdadeira para se conhecer a palavra de Deus. Assim surge como base da doutrina luterana a infabilidade da bíblia e a justificação pela fé, através das encíclicas de São Paulo aos romanos. E nega assim a infabilidade do poder papal e põe por terra a prática das boas obras e a compra de indulgências. Desta forma se torna ainda mais árida a luta de Lutero que encontra grandes dificuldades para levar adiante o projeto que acabara de firmar – a reforma protestante.

           


           

sexta-feira, 11 de março de 2011

CONCEPÇÕES DE MITO


POIRIER e MALINOWSKI definem mitos como, desenhos, figuras retratadas em cavernas, algumas esculturas, mas que retratam uma realidade social. Houve formas de vida diferentes que tentaram repassar os seus costumes através de gestos esculpidos ou desenhados em paredes. Fazem parte de uma comunidade primitiva que na realidade existiu ou acredita-se que existiu, mas que nela está infundida uma história que perdura no tempo.

ELIADE define o mito como uma história que revelam os feitos dos deuses, ou as seus próprios desejos, mas que este passa a ter vivacidade a partir do momento que é proclamado, dito, contado – neste caso é revelado como uma verdade absoluta. Outros concebem apenas como uma narrativa, um relato que é passado de geração em geração, porém histórico uma vez que se refere as questões de crenças, criação, morte e etc.

É interessante quando Ullman cita a definição de MAUUS que vai estabelecer o mito como sendo parte da vida social. Este autor também assim como outros citados por Ullman ver no rito, ou ritual como sendo a força motriz que dar vivacidade ao mito. Mauus também deixa claro a diferença entre mitos e lendas, mitos e fábulas embora sejam constituídos de elementos análogos, porém é através desta definição que o autor do texto parte para as possíveis diferenças existentes entre elementos tão semelhantes ao mito. É o caso das formas de narrativas como: fábula, lendas, alegorias e folclore.

MAUSS revela que há crenças no relato lendário, porém a lenda é um relato que é narrado numa época comum a vida do homem, enquanto que o mito é uma narrativa que se põe fora da realidade humana. É algo que o homem não pode explicar, por que não dar conta. Está para além da sua realidade, “se coloca numa época mítica, diferente das dos homens”. Já a fábula é uma estória fictícia, imaginada, onde elementos animados e inanimados podem falar, pensar, se movimentar. Juntamente com o conto são estórias que ninguém é obrigado a crer. Segundo Mauus se crer mais nas narrativas míticas do que nestas simples estórias imaginadas.

ULLMAN define o mito como sendo uma narração ante-histórica por tratar de narrativas fora do “tempo real”. Está para além do tempo real, transcende os limites temporais. A fábula também ocorre em um mundo que não é real, um mundo imaginado, mas esta outra realidade é algo criada, articulado pela mente humana, uma história que contém elementos fictícios. Já a lenda extraí-se da vivência diária, sendo assim faz parte de um tempo real e também histórico. O que diferencia do mito é que no mito são predominam elementos de essência divina, sobrenatural, que estão além da nossa realidade. A alegoria geralmente se apresenta como uma história com sentido simbólico e literário e o folclore por se configurar por um conjunto de elementos que fazem parte as tradições, as crenças, as danças e canções populares entre outros, que são representadas de acordo com a história dos mais variados povos e civilizações do mundo. Apresenta também um teor histórico. 

ULLMAN divide os mitos em dois grandes campos. 1) Sentido amplo e genérico; 2) divisão específica dos mitos. O primeiro se subdividem em dois termos: a) Mitos etológicos, que são os tipos de narrativas que retratam o conhecimento grego – a etimologia onde as narrativas dar conta dos princípios éticos, morais, de virtudes, honrarias e etc. Contam a experiências vividas pelos primeiros homens gregos e pelos deuses. b) Mitos cosmogômicos, está ligado as grandes perguntas que o ser humano não consegue responder. Questionamentos que está realcionada a sua origem, a criaçãodo mundo, a existência de um ser criador, divino, sobrenatuaral.aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaazzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz