Religião e Política na Fronteira: desinstitucionalização e deslocamento numa relação historicamente polêmica
“A religião está de volta”? muitos estudiosos tem discutido ao longo do tempo este retorno do sagrado, que logo auto-reafirma que houve um declínio dos sentimentos e das instituições religiosas tendo suas causas aos critérios do respeito a modernidade tais como o crescimento urbano, individualismo e os discursos críticos e pós-modenros nos anos 70 e 80, onde muitos acreditam que a religião ou os sentimentos religiosos de forma gradativa venha sofrendo erosão so longo do tempo. mas Burity deixa claro que há outros aspectos que poderia dar-se ais relevância neste momento, especialmente no campo político que se expande como: economia, cultura, religião que intervém sobretudo na vida privada do indivíduo.
O ponto de foco deste estudo se dirige sobretudo a religião e a política. Neste caso Burity tenta destacar a função de cada um destes pontos. Houve uma separação entre igreja e estado, isto é fato. Mas está a religião subordinada aos ditames políticos sem intervir nas suas ações ou vice-versa? Para se chegar a uma entendimento o autor cita a existência de uma epísteme liberal que vai atuar, sobretudo no campo político os assuntos e convenções religiosos que estavam voltados para a vida privada onde tinha uma maior preocupação com as questões valores ligadas a liverdad3e, decisões e ações de caráter publico. A neutralidade de estado no que se refere ao espaço público, uma vez que a religião ou as instituições religiosas iram proteger o estado, de certa forma haveria um “vínculo” entre estes a maneira que o Estado precisa da ação da religião para intervir na vida pública. E por último a separação entre igreja e Estado no que diz respeito ao poder institucional de ambos. Estado e Igreja poderiam agir independentes sem intervenções. Todas estas questões eram propostas pro esta episteme liberam, mas que não teve êxito com o passar do tempo.
Surtos religiosos fora do comum nos anos 70 e 80, de certa forma a Igreja e a política vi perder um pouco do poder que exerciam na vida privada. Desta forma o autor vi falar de um deslocamento de fronteiras ou redescriçao de práticas. A religião neste momento irá sofrer grandes impactos uma vez que os surtos e fenômenos religiosos que eclodem nas décadas de 70 e 80 trarão novas perspectivas aos seus adeptos, verão os aspectos religiosos com uma nova ótica como sendo fruto de um aprofundamento Ada experiência religiosa como algo pessoal, individual, intruso. Segundo o autor estariam acontecendo uma desperimvitazaçao da religião o que seria mais interessante estudar uma vez que esta prática pessoal segundo diz age como “força social e política”.
O autor deixa claro que na verdade hão houve um declínio da religião o que houve na verdade no processo de todos estes anos que se deu início a modernidade é que a religião esteve mais preocupada em atuar no campo privado, deixando claro o seu papel como instituição religiosa. Agora ela passa a ter uma ação importante na esfera pública voltada especificamente para as experiências pessoais do indivíduo, o que deu novo rumo a religião e as questões religiosas e não “um reavivamento da adesão religiosa que teria desaparecido e regressaria a esfera da cultura” e as questões religiosas e não “ reavivamento da adesão religiosa”que teria desaparecido e regressaria a esfera da cultura.
Retornando a relação igreja e política, para o autor este vinculo foi historicamente construído em todos os processos e períodos históricos da Antiguidade a idade Média, da Modernidade a contemporaneidade, sempre existiu o vínculo entre Igreja e Estado. Prém o que o autor propõe neste trabalho, não é explicar que existiu ou existe esta relação entre ambas as instituições, mas explicitar se ainda continuam em voga as três linhas normativas conceituais da episteme liberal, as quais vimos inicialmente. Neste caso o autor nota que há um enfraquecimento deste modelo liberal, dando mais abertura a relação do político ao religioso que poderá até confundi-los, pois, segundo Burity “estes dois processos estão permanentemente em via de se transformar um no outro”.
A questão de que este vínculo entre ambas as instituições estão presentes ao longo do tempo nos períodos historicamente colocados, e que na contemporaneidade, esta se faz plausível e nega de certa forma “a idéia de desaparecimento ou “privatização do religioso”. Neste caso o autor vai falar de uma redefini8ção dessas relações, que, devido as transformações históricas, a fronteira que havia entre o público e o privado vem sendo desconstruída, Mas segundo o autor, isto não quer dizer que, esta construção possa condicionar setores, “vindo um ou outro predominar eventualmente”. Porém o autor deixa claro que não houve um aniquilamento destas fronteiras, nem tampouco o público tenha atuação superior que o privado ou, vice versa.. O autor na verdade define a mudança dessa relação como um deslocamento, onde os setores públicos e privados passaram a se confundir de cerrta forma, passando assim o público a atuar no privado, quanto o privado no público, tanto no discerne a política, quanto a religião.
Porém, estas mudanças não podem ser consideradas como um “passo a frente”. A religião e a política, ou as questões privadas e públicas, não ocuparão uma só posição, como se fossem uma só instituição. Haverá grandes diferenças no tocante da manutenção do status religioso e político. Haverá um setor dominante, que consequentemente exercerá mais poder. Neste caso, haverá uma mudança na “definição do que seja Estado e religião, uma vez que “os limites do político extrapola o estado”, não haverá neste caso a neutralidade, um dos conceitos da epsteme liberal, e haverá uma “desinstitucionalização da religião” conseqüência dos movimentos religiosos, que vai está emergindo neste período, com força intensa, especificamente os surtos religiosos latino- americanos.
E por fim, em meio a toda esta discussão o autor finaliza afirmando que a política e a religião são indissociáveis. Para este resultado Burity propõe uma volta ao passado no que discerne uma revisitação a tradição e ver que estas relações e vínculos sempre existiram. O autor afirma então, que nunca houve um desencatamento ou uma volta do sagrado, pois este sempre esteve vivo na vida das pessoas em todos os períodos históricos e na contemporaneidade, devido aos surtos religiosos que foram emergindo, esta se tornam ainda mais viva, não que o mundo esteja se reencantando, na verdade ele nunca perdeu este encantamento.
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