sábado, 26 de novembro de 2011

O Seminarista - Bernardo Guimarães


    O Romance o Seminarista destaca-se como um dos escritos mais críticos de Bernardo Guimarães. Este livro foi escrito em 1872. Nele o autor utiliza-se de uma linguagem simples que é sua característica peculiar - contudo com fisionomia realista. Seu estilo claro, conta com maestria o cotidiano das províncias brasileiras no sec. XIX. Neste livro, Bernardo Guimarães tece críticas pertinentes ás vocações impostas do seu tempo, expondo a sociedade patriarcal com todas as suas vicissitudes em que os filhos são destinados a seguir uma carreira “promissora” que é estipulada pela família e não pela inclinação pessoal dos mesmos. O Romance O seminarista é observado pela crítica como uma obra que se opõe de forma inconteste ao celibato clerical. Contudo, a desdita de Eugênio por ingressar no seminário é fruto de uma vida muito ligada aos pais, de intocável obediência pelo menos aparentemente. Ele desde criança tem uma ligação muito direta com sua amiga Margarida que juntos cresceram de forma muito íntima, no sentido de efetivação de um sentimento juvenil – deixando fluir um amor que tem suas raízes desde a infância dos dois personagens. Concomitante a relação afetiva com Margarida estava a inclinação de Eugênio pelas coisas sacras, e este fato traduzia para seus pais sua vocação incondicional para o presbitério, que era uma função de relevante prestígio na época. Neste caso a crítica está no fato da atitude dos pais que impõem ao jovem o caminho do sacerdócio, e nos padres do seminário de Congonhas, que vendo no jovem  dons intelectuais para o ornamento futuro da Ordem, tudo fazem  para subjugá-lo.  Eugênio é vitima da vontade alheia.

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