O Romance o Seminarista
destaca-se como um dos escritos mais críticos de Bernardo Guimarães. Este livro
foi escrito em 1872. Nele o autor utiliza-se de uma linguagem simples que é sua
característica peculiar - contudo com fisionomia realista. Seu estilo claro,
conta com maestria o cotidiano das províncias brasileiras no sec. XIX. Neste
livro, Bernardo Guimarães tece críticas pertinentes ás vocações impostas do seu
tempo, expondo a sociedade patriarcal com todas as suas vicissitudes em que os
filhos são destinados a seguir uma carreira “promissora” que é estipulada pela
família e não pela inclinação pessoal dos mesmos. O Romance O seminarista é
observado pela crítica como uma obra que se opõe de forma inconteste ao
celibato clerical. Contudo, a desdita de Eugênio por ingressar no seminário é
fruto de uma vida muito ligada aos pais, de intocável obediência pelo menos
aparentemente. Ele desde criança tem uma ligação muito direta com sua amiga
Margarida que juntos cresceram de forma muito íntima, no sentido de efetivação
de um sentimento juvenil – deixando fluir um amor que tem suas raízes desde a
infância dos dois personagens. Concomitante a relação afetiva com Margarida
estava a inclinação de Eugênio pelas coisas sacras, e este fato traduzia para
seus pais sua vocação incondicional para o presbitério, que era uma função de
relevante prestígio na época. Neste caso a crítica está no fato da atitude dos
pais que impõem ao jovem o caminho do sacerdócio, e nos padres do seminário de
Congonhas, que vendo no jovem dons
intelectuais para o ornamento futuro da Ordem, tudo fazem para subjugá-lo. Eugênio é vitima da vontade alheia.
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