quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

CULTURA SEMIÓTICA - SEGUNDO GEERTZ


Muitos teóricos da antropologia procuraram encontrar um conceito esclarecido sobre cultura. A respeito do conhecimento de Geertz a cultura é percebida como um texto na medida em que ele defende o conceito de cultura como semiótico, não como uma ciência empírica, que buscam seus resultados nos experimentos, como conceberam outros pesquisadores da mesma área. Mas Geertz dar um novo significado para o termo, sendo esta uma ciência sim, mas com suas bases fincadas na interpretação, na procura dos significados como expressa o mesmo.
            Segundo Geertz o ser humano encontraria sentido nos acontecimentos através dos quais ele vive por intermédio de padrões culturais, estes, encontrariam ordenados num amontoados de símbolos significativos . O homem para este etnólogo é um animal amarrado a teias de significados tecidos por ele mesmo, e a cultura seria as teias. Os indivíduos sentem, percebem, raciocinam, julgam e agem sob a direção destes símbolos. A experiência humana neste caso se configura em sensações significativas, interpretadas e aprendidas.
            O conceito semiótico de cultura é essencial na construção do interpretativismo, e não do mentalismo. Cabe ao antropólogo buscar a interpretação e compreender os padrões culturais organizados através dos símbolos sociais que se manifestam nos comportamentos individuais como uma questão fundamental para a antropologia e a descrição densa, visa a compreensão destes símbolos sociais.
            Através de um trabalho de campo quase obsessivo de peneiramento do material etnográfico o antropólogo pode analisar as dimensões simbólicas da ação social na arte, na religião, na ideologia, na ciência, na moralidade, na lei, nos costumes, etc. Assim, ele constrói suas interpretações e estas podem ser elaboradas de distintas maneiras.
            Segundo Geertz a análise não deve ser elaborada como uma ciência experimental em busca de leis, mas como uma ciência interpretativa em busca de significados. Para se compreender esta análise antropológica deve-se compreender uma das funções do  antropólogo, neste caso, a etnografia. Para Geertz praticar a etnografia é estabelecer relações, selecionar informantes, transcrever textos, levantar genealogias, mapear campos, manter um diário, dentre outras atividades. Estas atividades requerem um esforço intelectual específico que consiste na descrição densa, esta, refere-se exatamente ao papel da etnografia que busca a interpretação do fato descrito, procurando suas motivações e seus objetivos - seus significados. Não é apenas uma descrição minuciosa, mas uma leitura, uma interpretação.
            Quando Geertz concebe a cultura como teias tecidas pelo homem imbuídas de significados com uma dimensão conceitual simbólica fora do comum, interpreta-se a cultura como estruturas conceituais, entrelaçadas, em termos das quais as ações humanas ganham sentido, e elas podem - cada estrutura- informar de modo diferente as práticas humanas, o que equivale a dizer, que elas podem dotar-se de significados diferentes  sendo estes, fruto de uma mesma conduta dentro de um mesmo ambiente circunscrito.
            Valendo-se de recursos metafóricos mais acessíveis, a cultura geertziana pode ser tomada como uma espécie de texto expressivo. Assim, os rituais, os mitos, os jogos e as práticas sociais podem ser vistos como formas de expressão, textos, que sempre têm algo a ser dito sobre algum aspecto do ambiente social no qual se inserem.
            Neste caso a proposta de Geertz em relação à descrição densa é que os etnólogos e antropólogos ao se depararem com os mais diversificados tipos simbólicos apresentados pela cultura, possam buscar interpretações dos fatos, não de forma minuciosa, mas que descrevam-nas da forma como são concebidas.




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