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A Alemanha do século 16 refere-se a um período bastante árido e pedregoso, para que um padre agostiniano pudesse alicerçar ali os fundamentos de uma reforma. Mas, Lutero não pretendia fazer uma reforma, nem tampouco se contrapor a Igreja Católica. O que Lutero carecia de fato era encontrar na vida monástica uma forma de achar-se digno e merecedor da salvação eterna, algo que era a preocupação geral dos que viveram naquela época.
Se mergulharmos profundamente no âmago daquele universo poderemos de forma empática perceber tamanho sofrimento: Lutero se encontra inquieto, amargurado com o espírito amedrontado, por não se achar merecedor da salvação. Esta inquietude, não só afligia o jovem Lutero, como também era fruto de um país completamente desordenado, onde as pessoas viviam numa forma de egocentrismo, que prevalecia as vontades de alguns em contra partida com as aspirações de outros. Este era um dos aspectos que se tornava cada vez mais visível, tanto na Alemanha, como em toda a Europa.
Consultando a história alemã daquela época, constata-se um período de muita turbulêcia. A Alemanha se mostrava um terreno fértil para que se desenvolvesse uma economia burguesa. As construções erigidas de formas majestosas, e as cidades explendorosas que davam ênfase a aspectos financeiros, comerciais e industriais fortificava a triade “trabalho, iniciativas, e riquezas” .Dessa forma, o País vivia num momento truculento que explicava a ausência de uma unidade moral e política.
Outro ponto que podemos analisar, para que encontremos esclarecimentos para situar o papel de Lutero no momento histórico da época, é que na ausência de um Estado centralizado na Alemanha, preponderava o poder hierárquico da Igreja Católica, em que a figura do papa era a maior representação do poder. Isto denota que as normas e dogmas da igreja jamais podiam ser contestados. O texto de Luzieto refere-se melhor ao papel da igreja neste período, onde uma das principais normas da igreja dizia que a salvação só se poderia obter com a prática de boas obras e adicionada a esta, a compra de indulgências, na tentativa de salvar almas que, no entanto já perecia no purgatório, ou aquelas que já estavam condenadas pelos pecados.
Mas como já fora citado; esta não era a preocupação de Lutero, nem tampouco fazia parte de seus anseios. O que procurava era um meio de se sentir menos pecador e merecedor da vida eterna. No entanto o jovem agostiniano não encontrou no mosteiro o remédio devido para acalentar as suas inquietações. Mesmo sendo este muito diligente no que concerniam as regras. Porém, Lutero se arvora a estudar as leituras bíblicas, como meio de encontrar refúgio para as suas inquietações. Sendo assim através das encíclicas de São Paulo Lutero, encontra as respostas que tanto buscava para achar-se digno da salvação e que, no entanto, se contrapunha com o que pregava a Igreja Católica. Nos escritos as únicas armas pelas quais se podia se absolver os pecados e conquistar a salvação era primeiramente a fé em Deus em seguida o arrependimento dos pecados.
Estas questões serviram de base para que Lutero venha a se contrapor com a igreja e o poder do papa. Desta forma rebate o que apregoava a igreja - não é mais a prática de boas obras e a compra das indulgências que salvariam os homens e lhes garantiam a vida eterna. E sim a fé em Deus. E Lutero usa assim, a bíblia como suporte para as suas afirmações, e conclui que esta é a única fonte verdadeira para se conhecer a palavra de Deus. Assim surge como base da doutrina luterana a infabilidade da bíblia e a justificação pela fé, através das encíclicas de São Paulo aos romanos. E nega assim a infabilidade do poder papal e põe por terra a prática das boas obras e a compra de indulgências. Desta forma se torna ainda mais árida a luta de Lutero que encontra grandes dificuldades para levar adiante o projeto que acabara de firmar – a reforma protestante.
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